Pessoas frias geralmente trazem na bagagem alguma história
de decepção e sofrimento, certo? Talvez. É isso que eu procuro desvendar desde recentemente,
mesmo tendo encontrado obstáculos gigantes que, inconscientemente, me forçam de
forma antecipada a desistir de tal trajeto.
Descobri que eu tenho a estranha mania (mesmo sendo algo
involuntário) de sempre aparecer no momento errado. É incrível como depois de
certo tempo eu percebo o quão tosca foi minha aparição!
Eu costumo repetir pra mim que a gente sempre busca o que
não possui e quando o possui, deixa ocorrer uma desvalorização tamanha que
então não mais compreendemos o motivo da busca inicial. Isso é absolutamente
normal, mas a gente esquece até onde vai a veracidade disso ou prefere
acreditar que só acontece conosco.
É interessante perceber que abrimos mão de algo simplesmente
porque queremos o bem de outrem, o que não significa que o contrário faria o
mal, mesmo sob dubitáveis hipóteses negativas. Mais interessante ainda é
aprender a se autovalorizar, conquistando assim uma independência emocional
gigantesca. E conseguir enxergar alguém se superando a cada dia, assim
como você perceber que estão suprindo e até ultrapassando suas expectativas
iniciais, é absolutamente compensador e estimulante.
Eu na verdade estou bastante feliz com uma escolha meio
desacertada a princípio, decisão essa que jamais imaginaria eu, que me traria
tanta satisfação. Eu hoje compreendo o verdadeiro significado de
companheirismo, de afeto recíproco, de como é bom aprovar um comportamento de
alguém querido, da beleza que há na simplicidade e de como eu me sinto bem com
ela, além de uma porção de outras coisas que jamais imaginei que estariam tão
próximas a mim.
Mas, na minha vida existem ainda espaços não delineados e
obscuros, o que eu estou tentando fazer agora é preenchê-los com muita luz.