terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Devaneios sórdidos

Gostaria apenas de voltar ao pretérito imperfeito,
Onde enfim, eu seria algo a mais.
Exatamente o que me falta,
O que me cerca, cala e emudece 
De formas em que não sei mais
Não sei mais quem fui,
Tampouco o que seria,
Menos ainda o que sou.

Fundo do poço das ideias
Clareza de pensamentos...
É isso o que urge
Temperos insalubres
Pra aromatizar uma vida de promessas
De devaneios sórdidos 
De 'sei lá quem disse'
Caprichos que toldaram toda a alma
De um ser que nada mais almejava
Senão independência.

Quem imaginaria, oh donzela da boca exígua.
Exigências que não foram planejadas
Planos que de tanto serem modificados
Perderam a essência
Mas que essência?
Que o favo do seu mel seja amiudemente
Quebrado.
Que tu te tornes novamente 
Aquilo que um dia fez sentido
Ou que nunca te percas 
Em vãs tentativas de acertar.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Sonhos em metástase

Ao ar livre
Sorri, sou sua!
Dengo de menina
Armário de docinhos
Olhares atentos ao véu

Um lar. 
Não pra mim, mesmo nesse meio
Não para afogar meus anseios
Não para afugentar minhas dores
Mas para a que as suportou 
Um dia.

Maresia sim
Vento no rosto
Delicia de banho gelado e azul
Desejo-te!

Mas eles ainda restam
Calados
Ríspidos
Curiosos
Absortos
Incompreensíveis.

Vários.

E profundos.

Dificuldade sem precedentes
Principalmente de sanar o gelo
Enxugá-lo até que enfim
Se aprecie sua extinta 
Simpatia e carisma

Sonhei, vivi e esqueci.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Outono

Quem?
Se tudo aconteceu, foi por algum motivo. Não me reconheço mais. Não tenho total controle sobre o que imaginei que tivesse. A cada dia regrido no tempo, porém contrario o espaço. Já não vejo motivos plausíveis, porém também não enxergo ausências promissoras. Por tudo o que houve, o que haverá de ser de mim e de tudo isso? 
Envergonho-me, culpo-me. Por que as lágrimas hesitam em não colidir com minha surrada cútis? Orgulhei-me algum dia obscuro, porém não sei d'onde.
Quem é ele que tem o poder tão persuasivo, ousado e veloz de me fazer contrariar a mim mesma? 
Quem sou eu, que enquanto detentora de livre arbítrio, sinto o poder ecoar nos rubros lábios de meu espelho?
Já não sei o que quero. Já não sinto forças para prosseguir no mesmo passo, na mesma música, melodia e sintonia de outrora. 
Mesmo ciente de que o contrário de tudo isto é o que deve ser feito, me rendo ao cansaço. À basbaquice. À melancolia de viver.
Se tudo fosse como na infância, o algodão doce continuaria rosa. E não mais agridoce e marrom.
Penso em depois. Acho que a fantasia está chegando ao fim. Vejo o que quero, porém sinto algo diferente sobre tudo. 
Não preciso de todos, mas os poucos realmente são ínfimos. E na sua quietude de existência, me enlouquecem pelo simples fato de que sou gelo.
Simples. Triste. Pequenos. Feridas na alma. Monotonia. 
Gosto de chuva, mas prefiro o Hawaii.
Ainda ouço aquela música, mas preciso me concentrar.
Todo o balanço tem a ver com nossos erros, baby? Já passou, calma.
Vai ficar tudo bem.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Delírios de epitáfio


Me pergunto "se"...
Respondo ao paradoxo que isto se torna, tentando compreender sua verdadeira e real sentença. 

Será tardar demasiado? 
Apenas lateralmente.
Na verdade não mais me domino 
Neste sentido
Visto que estou do outro lado
E dele só compreendo em partes.
A visão é turva, lapidada, rejuvenescida 

Nao há candidatos ao meu cargo, decerto
Não vejo melhor sentença 
Ele ainda sobrevoa 
Ainda adormece
Quem sabe quando tudo for efêmero?

Quando todos e inclusive eu mesma
Estivermos totalmente bem delineados
Robustos 
Certificados 
Resignados.

Quem sabe quando a sombra 
Essa que tanto me afugenta 
Essa que não me traz escolhas 
Essa que mesmo em face do maior encanto
Ainda assim me torna sã e tola.

Algum dia tudo se esvai 
E neste mesmo ínterim 
Chegarei ao meu destino
Epitáfio 
A lábia traduzida em sabedoria popular
Que é traiçoeira e fatídica, enfim.