quinta-feira, 14 de maio de 2015

Outono

Quem?
Se tudo aconteceu, foi por algum motivo. Não me reconheço mais. Não tenho total controle sobre o que imaginei que tivesse. A cada dia regrido no tempo, porém contrario o espaço. Já não vejo motivos plausíveis, porém também não enxergo ausências promissoras. Por tudo o que houve, o que haverá de ser de mim e de tudo isso? 
Envergonho-me, culpo-me. Por que as lágrimas hesitam em não colidir com minha surrada cútis? Orgulhei-me algum dia obscuro, porém não sei d'onde.
Quem é ele que tem o poder tão persuasivo, ousado e veloz de me fazer contrariar a mim mesma? 
Quem sou eu, que enquanto detentora de livre arbítrio, sinto o poder ecoar nos rubros lábios de meu espelho?
Já não sei o que quero. Já não sinto forças para prosseguir no mesmo passo, na mesma música, melodia e sintonia de outrora. 
Mesmo ciente de que o contrário de tudo isto é o que deve ser feito, me rendo ao cansaço. À basbaquice. À melancolia de viver.
Se tudo fosse como na infância, o algodão doce continuaria rosa. E não mais agridoce e marrom.
Penso em depois. Acho que a fantasia está chegando ao fim. Vejo o que quero, porém sinto algo diferente sobre tudo. 
Não preciso de todos, mas os poucos realmente são ínfimos. E na sua quietude de existência, me enlouquecem pelo simples fato de que sou gelo.
Simples. Triste. Pequenos. Feridas na alma. Monotonia. 
Gosto de chuva, mas prefiro o Hawaii.
Ainda ouço aquela música, mas preciso me concentrar.
Todo o balanço tem a ver com nossos erros, baby? Já passou, calma.
Vai ficar tudo bem.

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